Tuesday, March 25, 2008

Predadora

"Sou uma merda.
Um balde de merda."

Nasci com alma de predadora
E não consigo extingui-la
Banho-me em culpa
Vítima da minha protoconsciência

Guerreio comigo mesma
Para atenuar a gana que me move
Mas sem ela paraliso, estagno
E começo a desejar a morte...

Quero fugir da condenação ao tédio
Sou gravemente alérgica ao banal quotidiano
E os ferrolhos que coloquei na alma
Comem-me por dentro como uma doença auto-imune

No entanto recuso-me a aceitar
Aceitar seria admitir-me doente
Cronicamente doente, sem cura à vista
E recuso-me!

Construí uma jaula interior
Para a besta que me faz magoar
E agora o mundo está mais assustador
Desde que sinto que ela se vai soltar

Porque um padre lá por deixar de dizer a missa não deixa de ser padre...

1 comment:

Leila Grácio said...

lol li primeiro o outro, mas como tu bem sabes...