Thursday, August 16, 2007

Vinga-te!

Disseste, um dia bastante sorridente, que se não fosses tu, eu não estava assim... o animal que sou agora.
Como se aquilo que eu me tornei fosse algo de resplandecente e magnífico.
Como se o ser nojento e bestial em que me transformei trouxesse algum bom augúrio!
Mas não é disso que te quero falar.
Porque gosto muito daquilo que sou. Amo-me até demais!
O que eu te quero dizer é que falhaste.
Falhaste quando, por uma ousadia mais vespertina, decidiste pensar que eu seria tua.
Nunca fui tua. Não o sou. Nunca o serei.
Querias resumir a minha vida à tua e por momentos quase que o conseguiste.
Quiseste governar a minha vida pelo terror.
Mas não te temo.
Sei que o teu próximo passo será vingares-te.
Vês? Até nessa merda já estás previsível. Ou não fossemos nós as almas gémeas do costume!
Mas eu dou-te o meu apoio, mesmo que me vás foder pelas costas (e acredita que sei que estás prestes a concretizá-lo!).
Vinga-te de mim!
Vinga-te com toda a ira, com todo o ódio, com toda a raiva, ciúme e cobiça que te corroem por dentro.
E eu farei da tua vingança um hino à minha glória.

Eu, a tua aclamada infame obra, só tenho a dizer-te:
"Dizes que me fabricaste... Então orgulha-te de mim!"


"Olho por olho, dente por dente, braço por braço, vida por vida..."

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