Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho... eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu ceptro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Fernando Pessoa
"Som morto das águas mansas
Que correm, porque tem de ser
Leva não só as lembranças
Mas também as mortas esperanças
Mortas porque hão-de morrer"
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2 comments:
“…foi apanhado no meio de uma enorme tempestade e desejou que essa tempestade o engolisse para sempre. Mas a tempestade não o engoliu, Passou por ele, indiferente. A sua hora ainda não tinha chegado, e a morte nunca se engana. Chega precisamente no momento em que esta escrito. Nem antes, nem depois.”
“…foi apanhado no meio de uma enorme tempestade e desejou que essa tempestade o engolisse para sempre. Mas a tempestade não o engoliu, Passou por ele, indiferente. A sua hora ainda não tinha chegado, e a morte nunca se engana. Chega precisamente no momento em que esta escrito. Nem antes, nem depois.”
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