A minha alma traz um cortejo fúnebre
Vagueia perdida na tralha
Com flores de um roxo lúgubre
Da vã tristeza que a tresmalha.
A minha alma traz uma fera enjaulada
Cujo olhar perdeu o brilho de outrora
De viver permanentemente encarcerada
Onde só o nada mora
A minha alma traz um enforcado
Que por amor se deu ao esquecimento
Traz um anjo depenado
Num forca de desalento
A minha alma traz um exército
De condenados ao Fogo Eterno
Por um carrasco decrépito
Que os espera às portas do Inferno
A minha alma traz, em suma
Ruínas, caídas a apodrecer
Esta lembrança, triste e moribunda
Do castelo que eu costumava ser.
"A ilusão que me mantinha
Só no palco era rainha
Despiu-se e o reino acabou!"
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment