Acordo...
"Foda-se! Dói comó caralho!"
O que é que aconteceu???
Não entendo...
Ao meu lado jaz solitariamente o meu escudo ensaguentado.
Sangue, muito sangue...
"Será que é meu?"
Não... E também não está ninguém à minha volta.
O que é que se passou?
Tento levantar-me.
"Ai foda-se que esta merda dói!"
Sinto-me atropelada por várias manadas de elefantes enfurecidos...
"Olha! Cortei-me!"
"Não...atingiram-me!"
Olho para o flanco esquerdo...
"Quem teria a ousadia de me tentar atingir o coração?"
Começo a recordar-me...
Ontem à noite alguém quis atingir-me o coração...
E eu não deixei
"Isto explica o sangue no escudo!!"
"Não! Demasiado sangue... ninguém insiste tanto!"
Bem, óbvio que ontem alguém insistiu com todas as suas forças...
O escudo não mente.
Levanto-me a esforço.
Olho-me no espelho.
Vejo as cicatrizes... estas não são recentes...
Recordam-me as batalhas travadas...
Sintra...
Porto...
São Pedro de Moel...
e a fatal... Évora.
"Já sei quem foi! Tanta insistência só podia ser ele!"
Um velho inimigo...
Ontem eu não devia ter lutado.
Ontem eu devia ter deixado que ele me atingisse o coração...
"Foda-se que até a respirar dói!"
Lavo a cara.
Visto a armadura.
Limpo o escudo.
"QUANDO TODOS CAEM EU LEVANTO-ME!"
Repito ao espelho...
Ontem lutei inconscientemente.
(Porque senão não tinha lutado.)
Devia ter sido vencida.
(Teria terminado tudo.)
Aaaaarrrrghhhhhh!
Paremos as lamechices!
Afinal, é só mais uma cicatriz!
"Por mais que o vento sopre uma montanha jamais se vergará."
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