Saturday, April 7, 2007

"Quando todos caem eu levanto-me!"

Acordo...
"Foda-se! Dói comó caralho!"

O que é que aconteceu???
Não entendo...

Ao meu lado jaz solitariamente o meu escudo ensaguentado.
Sangue, muito sangue...
"Será que é meu?"
Não... E também não está ninguém à minha volta.

O que é que se passou?
Tento levantar-me.
"Ai foda-se que esta merda dói!"

Sinto-me atropelada por várias manadas de elefantes enfurecidos...
"Olha! Cortei-me!"
"Não...atingiram-me!"

Olho para o flanco esquerdo...
"Quem teria a ousadia de me tentar atingir o coração?"

Começo a recordar-me...
Ontem à noite alguém quis atingir-me o coração...
E eu não deixei
"Isto explica o sangue no escudo!!"

"Não! Demasiado sangue... ninguém insiste tanto!"
Bem, óbvio que ontem alguém insistiu com todas as suas forças...
O escudo não mente.

Levanto-me a esforço.
Olho-me no espelho.
Vejo as cicatrizes... estas não são recentes...
Recordam-me as batalhas travadas...
Sintra...
Porto...
São Pedro de Moel...
e a fatal... Évora.

"Já sei quem foi! Tanta insistência só podia ser ele!"
Um velho inimigo...

Ontem eu não devia ter lutado.
Ontem eu devia ter deixado que ele me atingisse o coração...
"Foda-se que até a respirar dói!"

Lavo a cara.
Visto a armadura.
Limpo o escudo.

"QUANDO TODOS CAEM EU LEVANTO-ME!"

Repito ao espelho...

Ontem lutei inconscientemente.
(Porque senão não tinha lutado.)
Devia ter sido vencida.
(Teria terminado tudo.)

Aaaaarrrrghhhhhh!
Paremos as lamechices!
Afinal, é só mais uma cicatriz!

"Por mais que o vento sopre uma montanha jamais se vergará."

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